sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Felicidade... por Danyel Sak

"É claro que você vai chorar e rir nesta vida. Algumas vezes você não vai poder ter o que deseja. Outras, vai conseguir o que deseja. Mas na verdade, isso é a Felicidade?
Porque a Felicidade pura, integral, ainda não está ao alcance de todos, por mais rico ou poderoso que seja. Sim, claro que existem os conhecidos momentos de Felicidade: o carro novo, o nascimento do filho, a promoção no trabalho, etc. Todas estas coisas que nos dão aquela sensação inebriante de que tudo está perfeito e que naquele instante até podemos tocar a tão ansiada Felicidade com as mãos. Todas estas coisas também fazem parte da Felicidade, mas apenas são um fragmento dela.
Mas se pararmos para olhar e voltarmos no tempo, veremos que antes desta Felicidade acontecer, passaram se dias e mais dias em que para nós, aparentemente "não aconteceu nada". Na verdade passaram se dezenas e mais dezenas de momentos que poderiam ter sido felizes, mas que nem prestamos atenção neles para que germinassem e florescessem. Na realidade, aquilo a que chamamos Felicidade é simplesmente a soma de todos aqueles momentos que pudemos tornar felizes no decorrer da vida, por mais simples que sejam.
Óbvio não? Mas não deixa de ser uma verdade. Mas no dia a dia o que fazemos é ficar esperando o "Momento feliz". Porque ao invés disso não nos acostumamos a fazer o nosso momento feliz? Melhor: fazer momentos felizes, vários deles, todo os dias. No nosso processo mental, o que comumente acontece é que sempre estamos esperando pela cereja do bolo: engolimos o bolo rapidamente já pensando na cereja. Ou seja: na verdade não comemos o bolo, não desfrutamos o sabor do bolo, estamos mesmo concentrados na cereja. E quando chega a vez de prová-la, ela acaba tão rapidamente quanto apareceu. E este tipo de comportamento surge no decorrer de toda uma vida: não estudamos no colégio e sim queremos ir para a Universidade. Quando chegamos na Universidade, queremos sair o mais rápido possível e trabalhar. Quando chegamos ao trabalho, queremos a promoção imediata. Nada de anormal nisso: todos queremos ser felizes. Mas no caminho ficaram dias e mais dias que não foram aproveitados para sermos felizes.
Nesta caminhada, não podemos nos dar ao luxo de nos esquecer de todos os minutos, horas e dias que simplesmente "jogamos fora". Momentos que não voltarão e que nos lembraremos deles quando formos velhos. E aí sim, pagaremos todo o ouro do mundo para termos este precioso tempo de volta.
Mas não se sinta culpado: isso é apenas questão de preparação, de educar se para detectar estes momentos do quotidiano. Ou seja: o importante não é marcar 10 pontos em um jogo e a seguir perder os demais. Na realidade, quem ganha o campeonato é a equipa que consegue marcar um ponto aqui, outro ali, e na soma final ter a média vencedora. Presenteie-se com todos os dias de sua vida. Ou pelo menos, tente que a maioria deles sejam vividos plenamente."



in "A Felicidade é Para Poucos" , Danyel Sak

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